sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Feliz ANO NOVO Complexo do Alemão...

Projeto Pátio deseja ao Alemão e a todos aqueles que colaboram para a melhora da qualidade de vida dos moradores desta comunidade um Ano Novo cheio de conquistas e vitórias. Que juntos possamos fazer nossa comunidade melhorar na educação, lazer, saúde, promovendo paz uns aos outros e não desistindo dos sonhos que temos.

Quero agradecer a Deus pelo previlégio que eu tenho de poder morar em um lugar que me fez ver a vida com outros olhos, a amar o próximo sem querer nada em troca, a correr pelos becos e vielas muitas vezes atrás da garotada brincando, outrora indo até a casa deles preocupado por não ter mais aparecido no projeto. Obrigado Complexo do Alemão a me ajudar a ver e viver a vida de uma maneira mais justa, mais simples e verdadeira.

Lembro de uma tarde em que cheguei na comunidade, era sábado e tinha feira, parecia uma India dentro do Brasil, mas havia um povo sorridente, alegre, vendendo verduras, legumes, roupas, e outras coisas. Chegara de Curitiba, de um frio de aproximadamente 05°, no Rio fazia no mínimo 30°. Andavamos com aquelas malas cheias de coisas na rua e desde então amei aquele povo.
Com tanta violência parecia que as crianças com o que trabalhavamos na época ( abril de 2004) não conseguia se desenvolver na escola, vida social. Parece que a cultura violenta não os permitiam ter uma vida "normal" como padronizamos fora daquele contexto, onde meninos e meninas brincam de bola, carrinho, boneca, esconde-esconde. Só conseguiam ver dois tipos de brincadeiras: pipa, onde adultos e crianças brincavam juntos sem distinção do papel de cada um; os adultos corriam atrás das pipas e xingavam junto com as crianças, a maior parte sem trabalhar; tiroteio também era uma brincadeira super animadora, eles sabiam "brincar" disso. As meninas preferiam dançar funk e se maquiarem, logo aos 12 ou até uns 16 anos no maximo ja se entendiam mulher ao ter seu primeiro filho. Perdemos muitos deles para o modelo de vida que foi construido nas comunidades. E sabemos que isso não fgoi construido apenas por eles.
Desde que sai do Sul para morar dentro do Alemão, na Grota, no centro do Complexo de Favelas mais conhecido no mundo atual, aprendi e vivenciei muitas coisas: guerras, sofrimentos, alegrias, perdas, conquistas. Hoje com tantas coisas acontecendo acredito que chegou um momennto de poder "arregaçar ainda mais as mangas" e lutar para promover uma vida de qualidade. Não só mudando o fisico, mas o intelecto e a mentalidade de cada cidadão ali dentro. Para isso precisamos de muito trabalho, por isso que digo que estamos apenas começando.

Nada está pronto, precisamos ainda de muito investimento principalmente na educação e cosncientização de crianças e famílias. Estamos em um momento parecido com um pós-Guerra, onde tudo precisa voltar ao seu lugar. Essa é uma tarefa ardua, mas louvavel.
Juntos podemos fazer deste ano, 2011, um ano de colheitas, conquistas, realização de sonhos, alegrias e muitas mudanças. Junte-se a nós nesse projeto e faça parte do desenvolvimento de vidas tão necessitadas e carentes.
Rodrigo Moreira Costa.

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